Governo promove 1º Seminário Estadual de Políticas Públicas de Combate ao Racismo

Governo promove 1º Seminário Estadual de Políticas Públicas de Combate ao Racismo

Governo promove 1º Seminário Estadual de Políticas Públicas de Combate ao Racismo 900 600 Carlos Fenille

Evento incentivou o respeito e o reconhecimento dos Povos de Terreiro e Religião de Matriz Africana. A programação contou, ainda, com apresentações artísticas, bem como duas mesas de debate.

 

O Governo do Estado, por meio da Secretaria da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), promoveu o 1º Seminário Estadual de Políticas Públicas de Combate ao Racismo – Respeito e Reconhecimento dos Povos de Terreiro e Religião de Matriz Africana, sexta-feira (21), no Teatro Guaíra. O evento reuniu gestores públicos, lideranças, autoridades religiosas, representantes institucionais e a sociedade civil para discutir estratégias de enfrentamento ao racismo e celebrar conquistas na promoção da igualdade racial.

A secretária da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa, Leandre Dal Ponte, reforçou que um dos compromissos inegociáveis do Governo e da Semipi é o combate ao racismo, ao preconceito, à discriminação e à intolerância religiosa. “Sabemos que temos um caminho longo a ser percorrido, mas juntos construiremos uma sociedade livre de preconceitos e, principalmente, livre de todas as formas de racismo que ainda persistem no nosso país e no Paraná”, destacou.

“Hoje já são mais de 40 municípios que têm Conselho Municipal de Igualdade Racial e neste ano ainda teremos mais um fato histórico para o Brasil e para o Paraná: a transferência de recursos fundo a fundo, para o fomento às lideranças que hoje compõem a promoção da igualdade racial e o combate a todas as formas de racismo, violências e preconceitos”, ressaltou Leandre.

O diretor de Igualdade Racial, Povos e Comunidades Tradicionais da Semipi, Eduardo Filho, afirmou que o evento é um marco na história do Estado. “É a primeira iniciativa que evidencia as políticas existentes e que reúne órgãos que representam o segmento, como o Ministério Público e a Defensoria Pública, conselheiros e agentes de causa. Um momento de olharmos essa população que tem mulheres, crianças, jovens, adultos, com as suas especificidades e que sofrem a violência, a discriminação”, reiterou.

O evento foi realizado no Dia Nacional das Tradições de Matrizes Africanas e Dia pela Eliminação da Discriminação Racial.

Foto: Roberto Dziura Jr/AEN

O presidente do Conselho Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais, Gustavo Mussi, lembrou que ainda existem na história muitas formas de violência. “Eventos como esse são sempre momentos fundamentais para que a gente repense as condutas e quais os enfrentamentos que valem a pena escolher relacionados a esse assunto. A iniciativa é louvável, por reconhecer os povos de terreiro como comunidades autônomas do ponto de vista simbólico da sua autoidentificação”, salientou.

A conselheira dos Povos de Terreiro, do Conselho Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais, Yalorisá Josiane D’Agostinho, comentou que o evento é um avanço, principalmente no Paraná. “Isso nos traz um espaço de pertencimento. A partir do momento em que a sociedade entender que a geografia da cidade, do Estado, nos pertence, nós perderemos o medo de andar de branco, de colorido. E isso vai fazer com que as comunidades se unam. Este seminário reflete essa união”, apontou.

A coronel da Polícia Militar da Bahia, Denice Santiago, disse que o racismo é um problema cultural e está estruturado na sociedade. “A luta contra isso é um processo, um salto evolutivo, mas só se faz com educação. Trazer discussões sobre políticas públicas para um seminário como este, com pessoas de vários segmentos para ouvir, falar e construir um novo conhecimento, é válido para que a gente possa erradicar de uma vez por todas o racismo em nossas relações”, observou.

OUTRAS AÇÕES – A programação contou, ainda, com apresentações artísticas e culturais, bem como duas mesas de debate: uma com o tema “Religiões de Matriz Africana e Espaços de Reconhecimento: Territorialidade e Cultura” e outra sobre “Segurança Pública e o atendimento a Povos e Comunidades de Terreiro e Matriz Africana”.

Além disso, teve o relançamento do SOS Racismo, numa parceria entre a Semipi e Controladoria-Geral do Estado (CGE-PR), que a partir de agora apoiarão em todo o processo logístico, para orientações e recebimento de denúncias para os casos de racismo, discriminação e injúria racial.

Houve também a assinatura do Protocolo de Intenção com a ONG Renovatio, para atendimento oftalmológico a comunidades em vulnerabilidade no Paraná.

PRESENÇAS – Estiveram presentes no evento a Yalorisá Mãe de Santo, Dra. Dalzira Maria Aparecida – Mãe Yagunã, representando as sacerdotisas, yalorisás e mães de santo de Curitiba e do Estado do Paraná; a promotora de Justiça do Ministério Público do Paraná, Amanda Ribeiro dos Santos; o ouvidor-geral do Estado do Paraná, Yohhan Garcia de Souza; a secretária municipal da Mulher e Igualdade Étnico-Racial de Curitiba, Marli Teixeira; o coordenador do Fórum das Religiões de Matrizes Africanas, Babalorixá Flavio Maciel; o coordenador da casa das Religiões Unidas, Luiz Omar Saboia; pai Jimmy de Oxóssi, da Federação Umbandista do Estado do Paraná (Fuep), entre outras autoridades.

 

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