PCPR e Gaeco prendem dez pessoas de grupo ligado ao tráfico de drogas em vários estados

PCPR e Gaeco prendem dez pessoas de grupo ligado ao tráfico de drogas em vários estados

PCPR e Gaeco prendem dez pessoas de grupo ligado ao tráfico de drogas em vários estados 1000 667 Carlos Fenille

Em 27 mandados de busca e apreensão foram apreendidas drogas, armas, R$ 246 mil em dinheiro, 1.980 euros em espécie, R$ 344 mil em cheque, dez veículos de luxo e um caminhão que era utilizado para o transporte da droga. Foram solicitados à Justiça 37 bloqueios de valores em contas bancárias.

 

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio de outras forças policiais, prendeu dez integrantes de uma organização criminosa responsável por distribuir drogas do Paraná para o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Um indivíduo está foragido.

Durante a ação, foram cumpridos 27 mandados de busca e apreensão em que foram apreendidas drogas, armas, R$ 246 mil em dinheiro, 1.980 euros em espécie, R$ 344 mil em cheque, dez veículos de luxo e um caminhão que era utilizado para o transporte da droga.

Além disso, foram solicitados à Justiça 37 bloqueios de valores em contas bancárias. Os indivíduos são suspeitos de organização criminosa, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação para o tráfico.

A ação acontece simultaneamente em dez municípios de cinco estados: Toledo, Cascavel, Pato Bragado, Marechal Cândido Rondon, Capitão Leônidas Marques e Capanema, no Paraná; Balneário Camboriú, em Santa Catarina; Ribeirão das Neves, em Minas Gerais; e nos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro. Participam da ação mais de 180 policiais.

Além da PCPR e do Gaeco, a operação conta com o apoio das polícias civis do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo e do Gaeco de Santa Catarina.

Como um dos alvos tem naturalidade paraguaia e pode estar naquele país, também participam da operação a Polícia Federal atuante em Assunção no Paraguai e o Centro Integrado de Operações de Fronteira (CIOF) de Foz do Iguaçu.

Na primeira fase da operação, deflagrada em agosto de 2023, foram presas 15 pessoas, apreendidas 11 armas de fogo e sequestrados aproximadamente R$ 25 milhões em bens móveis, imóveis e dinheiro.

“Com a deflagração da primeira fase, a organização criminosa alterou o modus operandi porque sabia que a polícia já tinha conhecimento do modo anterior. Em uma das apreensões posterior à primeira fase, uma carga de duas toneladas de droga foi encontrada em meio a uma carga de fogões”, explica a delegada da PCPR, Franciela Alberton.

INVESTIGAÇÃO – A investigação iniciou-se em março de 2023, com a apreensão de cerca de duas toneladas de maconha em um fundo falso de caminhão frigorífico. Após a ação, foi identificado o local onde a droga seria armazenada e, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, a PCPR localizou um segundo caminhão frigorífico com fundo falso, grande quantidade de munição de fuzil e um bunker, sob um chiqueiro de porcos, onde o entorpecente era armazenado.

A investigação da PCPR apontou que a distribuição do entorpecente era feita por meio de caminhões frigoríficos, escolhidos pela dificuldade de fiscalização destes, já que o rompimento do lacre pode comprometer o produto. A PCPR apurou que os indivíduos mascaravam os valores oriundos do comércio dos entorpecentes por meio da aquisição de bens móveis, imóveis e ouro.

Entre os investigados, um policial civil do Estado de São Paulo, suspenso na primeira fase, agora teve sua prisão preventiva decretada.

Imagem: PCPR

Em Marechal Cândido Rondon, dois dos investigados foram alvos de diversos disparos de arma de fogo no dia 29 de maio de 2024, resultando na morte de um deles e em ferimentos graves no outro, que é o policial civil de São Paulo.

Os autores, também investigados, foram presos logo após o homicídio. O crime foi motivado por desacerto entre os membros da organização, que foi parcialmente esfacelada com a prisão de seu líder, em agosto de 2023.

Entre os alvos, um jornalista e proprietário de jornal digital no Rio de Janeiro, suspeito de ser o responsável pela contabilidade e gerência das contas bancárias.

Conforme apurado, os chefes da organização criminosa ostentavam padrão de vida elevado, com apartamentos e casas milionárias, viagens, carros luxuosos e veículos aquáticos. Em quatro anos, a organização movimentou mais de R$ 100 milhões por meio de dinheiro em espécie e transações bancárias feitas em contas de “laranjas” e testas de ferro, muitas delas empresas de fachada criadas apenas para movimentar o dinheiro advindo da atividade criminosa.

“A investigação apurou que em um período de quatro anos a situação financeira deles subiu absurdamente. O Gaeco está se concentrando na parte financeira e bancária dos alvos, então a análise será feita pelo grupo. Foi apreendido um valor bem elevado tanto em bens como em dinheiro e contas bancárias. Tudo será analisado para dar andamento na investigação”, afirma o delegado do Gaeco, Nilmar Manfrin da Silva.

O promotor Sandres Sponholz explica que, em relação à primeira fase da investigação, as medidas legais estão em processo. “Em relação à fase anterior, é importante destacar que foi ajuizada a ação penal em face daqueles investigados que foram presos e a partir da realização de buscas e análise de dados foram confirmados indicativos de autoria e materialidade de crime por associação criminosa, tráfico de drogas e outros crimes a fins”, afirma.

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